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Coronavírus! Tudo o que você precisa saber !!!
Para entendermos o presente, devemos estudar e compreender o passado, e é por isso que vamos primeiro relembrar um pouco da história para entender este novo vilão que assola a humanidade: o coronavÍrus.
Bactérias, vírus e outros micro-organismos já causaram estragos tão grandes à humanidade quanto as mais terríveis guerras, terremotos e erupções de vulcões. Algumas doenças foram combatidas e até erradicadas graças ao desenvolvimento de medicamentos e vacinas; outras, embora ainda sem cura, podem ser mantidas sob controle.
Conheça quais foram as maiores e piores epidemias da história da humanidade.
PESTE NEGRA
50 milhões de mortos (Europa e Ásia) – 1333 a 1351
História: A peste bubônica ganhou o nome de peste negra por causa da pior epidemia que atingiu a Europa, no século 14. Ela foi sendo combatida à medida que se melhorou a higiene e o saneamento das cidades, diminuindo a população de ratos urbanos
CÓLERA
Centenas de milhares de mortos – 1817 a 1824
História – Conhecida desde a Antiguidade, teve sua primeira epidemia global em 1817. Desde então, o vibrião colérico (Vibrio cholerae) sofreu diversas mutações, causando novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos
TUBERCULOSE
1 bilhão de mortos – 1850 a 1950
História – Sinais da doença foram encontrados em esqueletos de 7 000 anos atrás. O combate foi acelerado em 1882, depois da identificação do bacilo de Koch, causador da tuberculose. Nas últimas décadas, ressurgiu com força nos países pobres, incluindo o Brasil, e como doença oportunista nos pacientes de Aids
VARÍOLA
300 milhões de mortos – 1896 a 1980
História – A doença atormentou a humanidade por mais de 3 000 anos. Até figurões como o faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “bixiga”. A vacina foi descoberta em 1796
GRIPE ESPANHOLA
20 milhões de mortos – 1918 a 1919
História – O vírus Influenza é um dos maiores carrascos da humanidade. A mais grave epidemia foi batizada de gripe espanhola, embora tenha feito vítimas no mundo todo. No Brasil, matou o presidente Rodrigues Alves
TIFO
3 milhões de mortos (Europa Oriental e Rússia) – 1918 a 1922
História – A doença é causada pelas bactérias do gênero Rickettsia. Como a miséria apresenta as condições ideais para a proliferação, o tifo está ligado a países do Terceiro Mundo, campos de refugiados e concentração, ou guerras
FEBRE AMARELA
30 000 mortos (Etiópia) – 1960 a 1962
História – O Flavivírus, que tem uma versão urbana e outra silvestre, já causou grandes epidemias na África e nas Américas
SARAMPO
6 milhões de mortos por ano – Até 1963
História – Era uma das causas principais de mortalidade infantil até a descoberta da primeira vacina, em 1963. Com o passar dos anos, a vacina foi aperfeiçoada, e a doença foi erradicada em vários países
MALÁRIA
3 milhões de mortos por ano – Desde 1980
História – Em 1880, foi descoberto o protozoário Plasmodium, que causa a doença. A OMS considera a malária a pior doença tropical e parasitária da atualidade, perdendo em gravidade apenas para a Aids
AIDS
22 milhões de mortos – Desde 1981
História – A doença foi identificada em 1981, nos Estados Unidos, e desde então foi considerada uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde
A zona das zoonoses
De acordo com o escritor americano David Quammen, autor do livro Spillover: Animal Infections and the Next Human Pandemic (“Propagação: infecções animais e a próxima pandemia humana”), são as intervenções humanas na natureza, cada vez mais agressivas, que provocam o surgimento das chamadas zoonoses – a passagem de vírus dos animais para o homem.
Diferença entre surto, epidemia, pandemia e endemia
Surto- Acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades.
Epidemia- A doença é considerada uma epidemia quando há número de casos acima do esperado em diversas localidades. Uma epidemia a nível nacional acontece quando há casos em diversas regiões do país.
Pandemia- Em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta.
Endemia- A endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classificada como endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local.
O que é coronavírus?
É uma família de vírus que podem infectar animais e seres humanos e causar doenças respiratórias que variam de resfriados comuns até a Sars (síndrome respiratória aguda grave). Seu nome vem dos picos de suas membranas que lembram uma coroa.
O novo coronavírus foi batizado de Sars-CoV-2, e o nome da doença respiratória que ele causa é covid-19.
Como ele é transmitido?
O vírus é transmitido pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
gotículas de saliva;
espirro;
tosse;
catarro;
contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Segundo a OMS, a fonte primária do surto tem origem animal, e as autoridades de Wuhan disseram que o epicentro da epidemia era um mercado de peixes e animais vivos. Não se sabe qual bicho teria passado o vírus a humanos.
E quão facilmente ele é transmitido de pessoa para pessoa?
Ainda não está claro com que facilidade o Sars-CoV-2 é transmitido de pessoa para pessoa. Seu N0 (número de quantas novas pessoas, em média, são infectadas por cada doente) está numa faixa de 1,5 a 3,5, segundo as estimativas feitas até agora. Ele parece se equipar ao dos vírus da gripe e provavelmente supera o vírus da dengue, cujo número nunca chega a 2. O N0 do sarampo, por exemplo, é 20.
Qual é o período de transmissibilidade?
De uma forma geral, a transmissão viral ocorre apenas enquanto persistirem os sintomas. É possível que ocorra a transmissão apesar da ausência de sintomas, mas os pesquisadores ainda estudam esse aspecto em relação ao novo coronavírus.
Quais são meus riscos de pegar o coronavírus?
Os riscos dependem de onde você está e se há um surto de covid-19 nesse lugar -não é o caso do Brasil, que não tem transmissão sustentada do vírus (ou seja, ainda é possível identificar a origem da infecção de todos os pacientes até agora, e a maioria viajou ao exterior).
Para a maioria da população, o risco de pegar o vírus é baixo, segundo a OMS. No entanto, há alguns países e cidades nos quais a doença está se espalhando rapidamente (Itália e Irã, por exemplo), e os riscos para moradores e turistas são maiores.
Adotar medidas de proteção também ajuda a reduzir essas chances.
Qual é o período de incubação do vírus?
Período de incubação é o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas. Ele pode ser de um a 14 dias, mas o mais comum são cinco dias.
Quais são os sintomas?
Os sintomas mais comuns são febre, cansaço e tosse seca. Algumas pessoas têm dores no corpo, congestão nasal, coriza, dor de garganta ou diarreia. Uma em cada seis pessoas desenvolve dificuldade para respirar. Outras não desenvolvem sintoma nenhum, segundo a OMS.
Pessoas mais velhas e com doenças de saúde como pressão alta, diabetes e doenças cardiovasculares têm mais chance de desenvolver um quadro grave da doença.
Crianças, idosos e pacientes com baixa imunidade podem apresentar manifestações mais graves. No caso do novo vírus, ainda não há relato de infecção sintomática em crianças ou adolescentes.
O que devo fazer se tenho esses sintomas?
Quem não viajou para lugares com muitos casos nem teve contato com um possível doente provavelmente tem um resfriado ou outro tipo de gripe. Segundo o infectologista da USP Esper Kallás, pessoas com quadros leves (pouca tosse, febre baixa, nariz escorrendo) deveriam receber orientações para ficar em casa com remédios para os sintomas, hidratação e repouso.
“A pessoa que vai para o hospital com dor de cabeça e um pouco de febre tem grande chance de pegar coronavírus na sala de espera do sujeito ao lado.” Já a falta de ar progressiva, a tosse intensa, catarro com pus, febre alta com calafrios e pontas dos dedos e lábios arroxeados são sinais de infecção grave pelo novo coronavírus.
PESSOAS COM SUSPEITA DE CASO DE CORONAVÍRUS NÃO DEVEM PROCURAR OS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA. O PROTOCOLO É ENTRAR EM CONTATO COM A UNIDADE DE SAÚDE MAIS PRÓXIMA DA SUA RESIDÊNCIA OU NÚMEROS LOCAIS COMO SAMU. O RIO GRANDE DO SUL DISPONIBILIZOU O NÚMERO 150 DA VIGILÂNCIA ESTADUAL DE SAÚDE, PARA REALIZAR A COLETA DOMICILIAR DA AMOSTRA E AGUARDAR O RESULTADO.
ESTA ESTRATÉGIA FOI MONTADA ESPECIFICAMENTE PARA TENTAR DIMINUIR A CIRCULAÇÃO DO VÍRUS. NÃO USE O SERVIÇO EM VÃO E SIGAM AS INSTRUÇÕES DA VIGILÂNCIA.
Devo fazer um exame para ver se estou com coronavírus?
As recomendações atuais indicam que sejam testados apenas os pacientes com sintomas respiratórios e que tenham tido contato com alguém infectado ou que tenham viajado para uma região onde há transmissão da doença.
O exame só pode ser feito com solicitação médica. Ele é feito por hospitais públicos e privados e confirmado por laboratórios de referência espalhados pelo Brasil.
Os planos de saúde não eram obrigados a ressarcir o custo, que é de cerca de R$ 150, mas a a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) deve publicar nos próximos dias uma resolução que inclui exames para detectar uma possível infecção pelo coronavírus no rol de cobertura mínima obrigatória pelos planos de saúde. Na rede pública ele é feito gratuitamente.
Atualmente, o protocolo adotado no Brasil prevê que sejam feitos testes iniciais para outros tipos de vírus mais comuns no país. Se descartados, as amostras são enviadas para testes mais específicos.
Se eu tiver sintomas, posso ser obrigado por alguém a fazer o exame para coronavírus?
A lei que foi aprovada pouco antes da chegada dos brasileiros que estavam em Wuhan, epicentro do novo coronavírus na China, determina que as pessoas não podem recusar serem testadas ou tratadas em casos referentes à covid-19.
Para enfrentar a situação de emergência decorrente do coronavírus, poderá ser adotada realização compulsória de exames, testes, vacinação e tratamentos, e quarentena, segundo determinam os inciso 3 e 2, respectivamente, do artigo 3º da lei nº 13.979 de 2020.
“Neste momento, não dá para o cidadão questionar ou alegar que ele tem o direito fundamental a se recusar. Até porque, no caso de saúde pública, a preocupação é a coletividade. Os indivíduos cedem espaço à coletividade”, afirma Henderson Fiirst de Oliveira, presidente da comissão especial de bioética e biodireito da OAB Nacional. “É do interesse de todos que as pessoas sejam testadas quando há suspeita.”
Caso alguém se recuse a cumprir os procedimentos determinados pelos médicos, como testes e tratamento, o poder público deverá ser informado e, futuramente, o paciente pode até mesmo ser acusado por crimes contra a saúde pública.
Há testes suficientes no Brasil para todos que precisarem?
Ainda não é possível estimar quantos brasileiros podem ser infectados pelo coronavírus. Além disso, há um debate sobre se todo mundo com sintomas precisará, de fato, fazer o teste. No início é importante fazer os exames para afirmar que o vírus chegou ao Brasil e se há transmissão interna. Há especialistas que dizem, porém, que depois de um certo número de casos e da confirmação de que há transmissão sustentada no país não fará mais sentido do ponto de vista econômico e diagnóstico testar todo mundo, já que não há medicação específica para covid-19. Os exames poderão ser deixados para os casos mais graves.
Num país como o Brasil, quantos seria os casos assintomáticos, sintomáticos e os mortos?
A letalidade observada para o novo coronavírus, de acordo com dados tabulados pela Universidade Johns Hopkins até esta terça (10), é de 3,6%. Mas essa taxa é provavelmente menor, já que estão fora da conta os casos assintomáticos e casos leves não diagnosticados (e confundidos com uma gripe comum, por exemplo).
Na China, que parece já ter vivido o auge da epidemia (o país vive o surto há mais tempo e o número de novos casos caiu drasticamente nas últimas semanas), o número de pessoas verdadeiramente assintomáticas foi calculado em 1,2%, uma cifra bem baixa. Grande parte dos casos na verdade era de pré-sintomáticos -ou seja, nessas pessoas os sintomas, como tosse, febre e falta de ar, apareceram nos dias seguintes.
Ao que tudo indica, são os pacientes verdadeiramente sintomáticos que espalham a doença. Vírus respiratórios são facilmente transmissíveis e chegam a afetar, no exemplo do influenza, de 5% a 20% da população de um país, a depender do ano. Pouco se sabe sobre o novo coronavírus, o Sars-CoV-2, se ele pode se tornar recorrente ou se a imunidade do organismo contra ele é duradoura. A esperança é que, nesse aspecto (e não na letalidade) ele seja parecido com o vírus da Sars (síndrome respiratória aguda grave), que, depois da epidemia de 2002-2004, nunca mais voltou.
Devo procurar um serviço de saúde se viajei para algum dos países mais afetados mas não tenho sintomas?
Não. Atualmente, não há recomendação para que casos sem sintomas sejam testados para o novo vírus. “Do ponto de vista da saúde pública, não vamos fazer exame em todo mundo para, numa loteria esportiva, saber se alguém teve o vírus”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O risco maior é de acabar pegando o coronavírus no próprio hospital.
Minha empresa pode me afastar por causa do coronavírus ou exigir exames médicos?
Se o funcionário voltou de viagem de uma das regiões consideradas de risco, a empresa pode obrigá-lo a trabalhar em casa por 14 dias. Se o empregado apresentar sintomas, o afastamento cabe ao serviço médico. A medição de temperatura é considerada controversa e pode ser questionada na Justiça. O mais recomendado é o encaminhamento ao serviço médico.
As licenças por suspeita de coronavírus são consideradas faltas justificadas. Ao ser afastado pelo serviço médico, a empresa arca com os 15 primeiros dias de falta. Se a ausência exceder 15 dias, o funcionário deve agendar perícia médica no INSS para ter direito ao auxílio-doença.
Qual é o perfil dos infectados até agora?
Segundo dados de janeiro da OMS sobre a China, a maioria são homens, com mais de 40 anos. Em 40% dos casos os pacientes tinham outras doenças associadas, como diabetes, pressão alta e problemas cardiovasculares. Esses números são relativos a casos de pessoas internadas, o que indica que sejam casos mais graves.
No Brasil, dentre os 25 primeiros pacientes diagnosticados 15 são mulheres e 10 são homens. Onze deles têm abaixo de 60 anos, 12 têm entre 40 e 59 anos e dois estão acima dos 60 anos. Cinco deles apresentam outras doenças associadas, como hipertensão, diabetes e doença pulmonar.
Como a infecção é diagnosticada?
Por meio de um exame que analisa amostras do trato respiratório (catarro, por exemplo). A análise pode levar de 3 a 48 horas. Os novos exames são baseados em uma técnica conhecida como RT-PCR (reação em cadeia da polimerase em tempo real), que amplifica uma determinada sequência genética (no caso, aquelas do próprio vírus) a partir de uma espécie de isca molecular.
Uma isca (ou sonda) se gruda ao material genético do vírus, permitindo, na presença de um coquetel de reagentes e em temperaturas controladas, que novas cópias dessa sequência sejam produzidas. Se essa amplificação acontece, o resultado é considerado positivo.
Como prevenir a infecção pelo coronavírus?
Segundo a OMS, as medidas protetoras gerais são:
– Lave frequentemente as mãos usando água e sabão ou álcool em gel 70%, especialmente após contato com pessoas doentes, lugares muito movimentados (como transporte público) e antes de se alimentar
– Quando tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com as mãos (e lavá-las depois) ou com a dobra do cotovelo ou lenços descartáveis
– Mantenha pelo menos 2 metros de distância de quem estiver tossindo ou espirrando ou tenha febre
– Mantenha os ambientes ventilados
– Evite tocar nos olhos, nariz e boca
A OMS aconselha o uso racional de máscaras para evitar desperdício, ou seja, usá-las apenas em caso de sintomas respiratórios, suspeita de infecção por coronavírus ou em caso de profissionais que estejam cuidando de casos de suspeita.
Álcool em gel e máscaras estão em falta?
No início de março, a OMS mostrou-se preocupada com a escassez de equipamentos de proteção, como máscaras, em alguns países. A entidade destacou que tais itens são importantes para a proteção dos profissionais de saúde que lidam diariamente com a doença. Sem esses equipamentos, os profissionais ficam mais expostos ao risco e podem adoecer, o que complica ainda mais a situação do surto, considerando que a resposta de saúde fica comprometida.
Somente pessoas com o covid-19 (ou com sintomas sugestivos) têm orientação do uso de máscaras para evitar propagar a doença. Em farmácias de São Paulo já havia dificuldade para encontrar máscaras cirúrgicas desde o fim de janeiro. Quanto aos hospitais, principalmente do SUS, o Ministério da Saúde, em nota, afirma que “tem trabalhado para garantir insumos e medicamentos com diferentes fornecedores nacionais e internacionais para os pacientes atendidos”.
Qual é o tratamento?
Não há um medicamento específico para a infecção. Indica-se repouso e ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos.
Nos casos de maior gravidade com pneumonia e insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e mesmo ventilação mecânica podem ser necessários.
A OMS afirma que antibióticos não devem ser usados para prevenir ou tratar infecção por coronavírus. Os antibióticos funcionam apenas contra bactérias. Segundo a OMS, a maioria das pessoas (80%) se recupera sem precisar de tratamento especial.
Quão letal é o novo coronavírus e quem tem maior risco de morte?
É difícil avaliar a letalidade de um novo vírus com rapidez. Especialistas destacam que o balanço de mortos ainda é relativamente baixo. Pelos dados disponíveis até agora, a estimativa é de que a letalidade seja em torno de 3,5%.
É uma cifra pouco maior que a do sarampo -2,2%- , e bem menor que a do ebola -51%.
Assim como nos casos de gripe e da Sars (síndrome respiratória aguda grave, também causada por um coronavírus), o novo coronavírus costuma vitimar pessoas que tenham moléstias como diabetes (quem tem a doença tem 8,1 vezes o risco de morrer em relação a uma pessoa sem problemas crônicos de saúde), hipertensão (6,7), doenças cardiovasculares (11,7) e doenças respiratórias crônicas (7,0).
Além disso, quanto mais velha a pessoa, maior o risco: aquelas com 80 anos ou mais infectadas pelo novo coronavírus têm 6,4 vezes a probabilidade do resto da população de morrer.
Mas, se o número total de mortes assusta (cerca de 4.200 até o dia 10 de março), é preciso levar em conta que, todos os anos, gripes e pneumonias matam por ano 80 mil pessoas no Brasil. Nos EUA, 200 mil pessoas são internadas com gripe nos EUA e cerca de 35 mil morrem.
Devo me preocupar com a chegada do coronavírus ao Brasil?
Já há alguns casos confirmados no Brasil, mas não há transmissão sustentada, ou seja, ainda é possível identificar a origem da infecção de cada um dos pacientes. A maioria viajou para o exterior. Até o momento, as recomendações não pedem alterações na rotina, mas apenas para redobrar o cuidado com a higiene respiratória.
Como devo me preparar para uma escalada da pandemia? Devo estocar itens de higiene ou suprimentos?
O Ministério da Saúde não tem orientações sobre estocar quaisquer itens. Autoridades e especialistas têm dito que a população não deve entrar em pânico nem estocar máscaras, que devem ser usadas apenas por quem tem sintomas e profissionais da saúde.
Vou viajar para fora do País. O que devo fazer?
A OMS não recomenda nenhuma medida de saúde específica para viajantes além das medidas de proteção gerais já citadas nem qualquer tipo de restrição a viagens para a China ou de comércio com o país com base nas informações disponíveis até agora.
Se ao voltar ao Brasil surgirem sintomas como tosse, febre e falta de ar, procure ajuda médica e compartilhe seu histórico.
O Ministério da Saúde do Brasil desaconselha viagens aos lugares mais afetados. “Não sendo estritamente necessário, recomendamos que não façam viagens até que o quadro todo esteja bem definido”, afirmou o ministro Luiz Henrique Mandetta.
Como as medidas tomadas por governos ajudam no combate à pandemia?
Sem algumas medidas já tomadas por diferentes governos, especialmente o da China, como restrição de circulação ou monitoramento de pessoas com sintomas respiratórios vindas de locais onde há transmissão da doença, o mais provável é que a epidemia alcançasse um patamar ainda maior do que o que temos observado.
Ao tentar colocar freios na transmissão do Sars-CoV-2, o número de pacientes em estado grave simultaneamente diminui, o que permite que eles tenham mais chances de serem bem atendidos e curados dentro do sistema de saúde.
Se os governos abaixarem a guarda, é possível que mesmo uma epidemia aparentemente controlada tenha um novo pico de casos. Daí a importância de se manter o nível de vigilância.
Posso me contaminar com produtos que venham da China?
Não. Segundo Nancy Bellei, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), mesmo durante a epidemia de Sars, causada por um coronavírus persistente no ambiente, não houve nenhuma recomendação para cuidados especiais com produtos que viessem de países onde tinha transmissão local.
Quanto tempo essa pandemia vai durar?
A OMS disse que ainda é cedo para prever o fim da epidemia. A da Sars durou cerca de um ano. Segundo a médica Fátima Marinho, o vírus pode se espalhar com rapidez e se mostrar mais infectante ou então se enfraquecer e se tornar mais um, como o da influenza, uma gripe forte que vai e volta. Em breve, os cenários estarão mais claros.
Os números e percentuais mencionados neste artigo são atuais, porém devem sofrer alterações dia a dia.
FONTES:
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